Bioeconomia e Sustentabilidade: A Nova Fronteira em Desenvolvimento na Amazônia
A bioeconomia, que se caracteriza como um modelo de produção que respeita a biodiversidade, surge como uma das principais estratégias para a transição para uma economia de baixo carbono, essencial no enfrentamento das mudanças climáticas. Na Amazônia, essa abordagem sustentável tem demonstrado resultados promissores, atraindo investimentos tanto do setor público quanto privado. De acordo com o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), há um potencial global para negócios na ordem de US$ 7,7 trilhões até 2030. Este cenário é especialmente relevante na capital do Pará, Belém, que sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em novembro e onde, segundo o estudo "Bioeconomia da Sociobiodiversidade", as cadeias produtivas da floresta podem ser incrementadas em R$ 170 bilhões até 2040.
Com a revitalização do casarão Higson, em Belém, um novo Centro de Inovação e Bioeconomia está sendo desenvolvido, com investimentos de R$ 20 milhões. Este espaço será dedicado à promoção do modelo bioeconômico e servirá como um ecossistema para novas iniciativas de negócios. Entre as empreendedoras que se beneficiam dessa transformação está Izete Costa, conhecida como dona Nena, que produz chocolate e outros derivados do cacau na Ilha do Combu. Nascida em uma comunidade ribeirinha, dona Nena tem enfrentado desafios relacionados à diminuição da produção de cacau, mas se empenha em práticas que valorizam o produto local e incentivam a conservação da floresta.
Com seu trabalho, dona Nena beneficia 16 famílias e contribui para melhorias na infraestrutura local, como o à água potável e saneamento, fundamentais para a permanência da população na região. Ela destaca a necessidade de investimentos em assistência técnica e serviços básicos, essenciais para garantir a permanência dos habitantes e combater a pressão pela exploração indiscriminada. A secretária adjunta de Bioeconomia do Pará, Camille Bemerguy, salienta que o governo estadual está implementando o PlanBio Pará, uma estratégia de valorização do patrimônio genético e fortalecimento das cadeias produtivas que visa criar um ambiente de segurança jurídica para investidores.
Além disso, o governo trabalha na construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, com investimentos de R$ 300 milhões, que abrigará diversas iniciativas voltadas para a promoção da bioeconomia, incluindo um Observatório, um Centro de Cultura Alimentar e um Centro de Turismo de Base Local. Camille menciona que o aumento do número de startups na área, de 70 para cerca de 300, é um reflexo desse esforço para estruturar o setor e oferecer condições mais favoráveis para empreendedores.
O foco em práticas mais sustentáveis pode, assim, contribuir não apenas para o fortalecimento da economia local, mas também para a preservação do rico bioma amazônico, criando um modelo de desenvolvimento que respeita o meio ambiente e promove a inclusão social.
Fotos: Prefeitura Municipal de Belém / Fabiola Sinimbú/Agência Brasil / Igor Mota/Agência Pará
Potencial para bioeconomia atrai investimentos na Amazônia
Fonte: Agencia Brasil.
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