Capacidade de armazenamento agrícola no Brasil cresce 2,1% no segundo semestre de 2024
No segundo semestre de 2024, a capacidade disponível para armazenamento de produtos agrícolas no Brasil atingiu 227,1 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,1% em relação ao semestre anterior. O número total de estabelecimentos destinados a armazenagem também cresceu, alcançando 9.511 unidades, o que corresponde a uma alta de 0,9% na comparação com o primeiro semestre do mesmo ano.
O Rio Grande do Sul lidera em número de estabelecimentos, com 2.448 unidades, enquanto o Mato Grosso ostenta a maior capacidade instalada, com 61,4 milhões de toneladas. Em termos regionais, o crescimento no número de estabelecimentos ocorreu nas regiões Norte (7,5%), Nordeste (3,6%) e Centro-Oeste (1,2%). A Região Sul manteve seu número de estabelecimentos estável, enquanto o Sudeste registrou uma redução de 0,4%.
A pesquisa indica que os estoques de produtos agrícolas totalizaram 36,0 milhões de toneladas neste período, uma queda de 19,3% em relação às 44,6 milhões de toneladas verificadas em 31 de dezembro de 2023. Essa redução reflete os efeitos adversos dos problemas climáticos que impactaram o desenvolvimento da safra de 2024.
Entre os principais produtos armazenados, o milho manteve o maior volume de estoques, com 17,7 milhões de toneladas, seguido pela soja (7,3 milhões), trigo (5,7 milhões), arroz (1,7 milhão) e café (0,9 milhão). Esses cinco produtos respondem por 92,4% do total armazenado dos itens monitorados pela pesquisa. O estoque de arroz foi o único a apresentar aumento em relação ao levantamento de dezembro de 2023.
Quanto aos tipos de armazenagem, os silos têm predominância no país, com capacidade útil armazenável de 120,5 milhões de toneladas, o que representa 53,1% da capacidade total e um crescimento de 2,6% em relação ao semestre anterior. A Região Sul destaca-se pela predominância dos silos, que constituem 65,1% da capacidade armazenadora regional e equivalem a 43,3% da capacidade nacional em silos.
Os armazéns graneleiros e granelizados detêm capacidade útil de 82,6 milhões de toneladas, correspondendo a 36,4% do total nacional e apresentando aumento de 2,1% em comparação ao primeiro semestre de 2024. Essa modalidade concentra-se principalmente no Centro-Oeste, que possui 50,5% da capacidade regional e 59,7% da capacidade total do país, refletindo o perfil produtivo da região, marcado por grandes propriedades voltadas ao agronegócio.
Por fim, os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somam 24,0 milhões de toneladas de capacidade útil, compondo 10,6% do total e apresentando crescimento de 0,4% em relação ao semestre anterior. Eles predominam nas regiões Sul (34,8%) e Sudeste (31,7%), áreas com produção expressiva de arroz e café, que normalmente utilizam esse tipo de armazenagem em sacarias. Juntas, essas duas regiões concentram 66,5% da capacidade nacional desse tipo de armazém.
Capacidade de armazenagem agrícola cresce 2,1% e chega a 227,1 milhões de toneladas no 2º semestre de 2024